O Banco Central (BC) tomou a decisão de diminuir a taxa básica de juros, conhecida como Selic, para 13,25% ao ano, após três anos sem quedas nesse indicador. Apesar dessa alteração, os empréstimos concedidos às empresas devem manter as suas taxas de juros em torno de 20%.
Isso ocorre porque os bancos emprestam dinheiro às empresas com taxas que são mais altas do que a Selic. Ou seja, mesmo que a taxa caia para 12% ao ano até o final de 2023, os juros para as empresas permanecerão relativamente elevados.
A Selic é usada como uma referência nas operações de empréstimo entre instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia, o que a torna um indicador importante para o mercado.
De acordo com as estatísticas monetárias e de crédito divulgadas pela autoridade em junho de 2023, a taxa média de juros para as empresas estava em 23,1% ao ano. Para pessoas físicas, essa taxa é ainda mais alta, alcançando 59,1%.
Produtos financeiros como o cheque especial (com taxas de 133,6% ao ano) e o cartão de crédito (com taxas de 104,2% ao ano) apresentam taxas significativamente maiores do que a média para as empresas.
Empréstimo |
Taxa de juros |
Cheque especial |
133,60% |
Cartão de crédito |
104,20% |
Pessoa física |
59,10% |
Empréstimo consignado |
25,10% |
Pessoa jurídica |
23,10% |
Selic |
13,25% |
Embora algumas empresas possam acessar taxas de juros abaixo da Selic, essa possibilidade geralmente exige um alto nível de faturamento e um relacionamento sólido com as instituições financeiras.
Existem linhas de crédito subsidiadas que oferecem taxas mais vantajosas, porém, nem todas as empresas conseguem ter acesso a elas.
Antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa básica estava fixada em 13,75% ao ano. Em termos práticos, a redução de 0,5 ponto percentual contribuirá para diminuir os juros, mas não fará com que eles se equiparem à Selic para a maioria dos tomadores de empréstimos.
Fonte: Portal Contábeis