Um relatório recente da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou fragilidades no processo de automação das análises de requerimentos de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) , implementado em 2022. Contrariando expectativas, a automação não simplificou o processo, resultando em um aumento significativo nas negativas.
De acordo com a auditoria, o percentual de indeferimentos automáticos passou de 41% em 2021 para 65% em 2022, marcando o maior índice desde 2006. A falta de análise de risco e planejamento adequado pelo INSS foram destacadas como principais problemas pela CGU.
A complexidade da análise previdenciária, com normas em constante evolução, documentos variados e dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis), torna a automação dependente da análise humana em muitos casos. A CGU enfatizou a necessidade de aprimorar a metodologia do INSS para reduzir as negativas excessivas.
Apesar de ajustes na gestão e transparência nas análises automáticas serem possíveis, a solução fundamental envolve a contratação de mais servidores, uma vez que a tendência de substituição gradual do trabalho humano pela máquina na área previdenciária prejudica a sensatez nas análises de benefícios.
Atualmente, o INSS conta com 19.510 servidores ativos, em comparação com o dobro em 2013. O relatório destaca a importância da atuação humana em atividades analíticas críticas, enfatizando a necessidade de equilíbrio na priorização entre robôs e humanos.
As estatísticas indicam que a decisão de favorecer robôs sobre humanos tem impactado negativamente os segurados, resultando em uma chance de 65% de terem seus pedidos reprovados. Essa situação reforça a urgência de medidas para tornar o serviço previdenciário mais justo no país.
Fonte: Portal Contábeis