Contábil

Candidato afirma que omissão de patrimônio ao TSE é coisa de contador

Nesta terça-feira (13), o candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), declarou ao UOL que a omissão de mais de R$ 22 milhões do seu patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi “um erro simples, coisa de contador” e não passou de um “erro de digitação”.

De acordo com informações do UOL, a equipe de advogados do candidato agora está preparando a revisão dos números para o TSE, informando que “tratou-se de um erro de digitação” e que ainda estão dentro do período legal para retificações.

O UOL também havia revelado nesta terça-feira (13) que Marçal omitiu pelo menos uma empresa e declarou outras duas por valores abaixo dos registrados na Receita Federal. Na declaração, feita na última quarta-feira (7), Marçal informou ter um patrimônio de R$ 193,5 milhões, mas o total real, se forem adicionadas as omissões, seria superior a R$ 215 milhões.

A prática é ilegal. A resolução do TSE sobre declaração de patrimônio de candidatos, atualizada pela última vez em 2021, determina que o registro da candidatura deve listar os bens conforme “seu valor declarado à Receita Federal”. As empresas Marçal Participações e Marçal Holding foram declaradas ao TSE com valores abaixo do informado à Receita.

No fim da tarde, o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo emitiu nota criticando a fala de Marçal e defendendo o trabalho do contador.

“A veracidade e a integridade das informações prestadas ao contador são de inteira responsabilidade do cliente, sendo este o responsável por fornecer dados precisos e completos para que os registros contábeis reflitam a situação real do patrimônio e das finanças”, diz a nota. “Reiteramos que o contador não cria, modifica ou ajusta informações sem o devido embasamento e autorização do cliente. A atuação do contador se limita ao registro correto dos fatos apresentados, dentro dos limites éticos e legais, garantindo assim a conformidade com as obrigações legais e fiscais pertinentes.”

Estrategistas da campanha de Marçal dizem que a tese de uma omissão intencional não faz sentido porque ele seria o “único candidato que defende a prosperidade e que nunca escondeu ser um homem bem sucedido”. Segundo essas fontes, “quanto maior o patrimônio, mais convergente é o seu discurso”.

Fonte: UOL

Fonte: Portal Contábeis