O CEO da SouthRock Capital, empresa responsável pela gestão das marcas Starbucks e Subway no Brasil, deve ter seus bens penhorados devido a uma dívida avaliada em R$ 71,5 milhões com a empresa de créditos financeiros Travessia.
A decisão foi da juíza Mônica Soares Machado, da 33ª Vara Cível de São Paulo, que recusou os argumentos apresentados pela defesa de Kenneth Pope em uma ação de execução de título extrajudicial, que busca o pagamento dos valores devidos pela empresa.
“Concede-se à parte exequente [Travessia] autorização para realizar investigações junto a instituições financeiras, empresas intermediárias de pagamento, corretoras de valores mobiliários, incluindo criptoativos, cartórios de notas, registros de imóveis, Capitania dos Portos e Agência Nacional de Aviação, com relação à existência de bens e ativos em nome do executado Kenneth Steven Pope”, declarou um trecho da decisão.
Os advogados da SouthRock e de Pope contestaram vigorosamente o montante de R$ 71,5 milhões, alegando que as planilhas apresentadas não foram devidamente explicadas e os cálculos carecem de fundamento.
No decorrer do processo, a empresa de créditos financeiros também solicitou a quebra do sigilo bancário de Kenneth Pope, acusando-o de ter “subtraído R$ 20 milhões do grupo SouthRock” e alegando que “esses recursos simplesmente desapareceram”.
Em sua defesa, a SouthRock negou veementemente as acusações, afirmando que os valores em questão estão devidamente registrados no balanço da empresa e no Imposto de Renda de Pope. Além disso, ressaltou que todas as transações foram realizadas anos antes do processo de recuperação judicial e devidamente documentadas.
A juíza Mônica Soares Machado negou o pedido de quebra de sigilo bancário, exigindo uma justificativa fundamentada para tal medida.
Envolvimento da Starbucks e Subway
Em dezembro do ano passado, a Justiça de São Paulo aceitou o pedido de recuperação judicial da empresa em relação às operações da Starbucks, reportando dívidas que alcançam R$ 1,8 bilhão.
Após o deferimento do pedido, a empresa tem um prazo de 60 dias para apresentar um plano de recuperação, e as execuções de dívidas contra ela são suspensas por 180 dias.
Além disso, a SouthRock Capital recentemente solicitou proteção para as dívidas relacionadas à operação do Subway no Brasil, as quais ultrapassam R$ 482 milhões.
O pedido foi submetido à 1ª Vara de Falências de São Paulo, mas ainda aguarda decisão do juiz Adler Batista Oliveira Nobre.
A Subway Corporation dos Estados Unidos esclareceu que o contrato de franquia para o Brasil, com uma das afiliadas da SouthRock, foi rescindido em outubro de 2023.
A empresa retomou então o controle de suas operações no país, dissociando-se do pedido de recuperação judicial apresentado pela SouthRock.
Com esses desdobramentos, Kenneth Pope e a SouthRock Capital enfrentam um momento desafiador, enquanto buscam resolver suas pendências financeiras em meio a um cenário complexo.
Fonte: Portal Contábeis