Os brasileiros que possuem vários aplicativos de diferentes bancos em seus smartphones terão uma surpresa em breve, com o lançamento dos “agregadores financeiros”, ou “superaplicativos” – como estão sendo apelidados – que reunirão as informações das pessoas físicas atualmente espalhadas por vários bancos em uma única plataforma.
A novidade foi anunciada pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, na última sexta-feira (11).
Segundo o presidente, a expectativa é de que esse tipo de aplicativo esteja disponível dentro de um ano e meio, ou seja, próximo ao fim de 2024. O mandato de Campos Neto no comando do BC vai justamente até o fim do ano que vem. Ele já informou que não pretende continuar na instituição em 2025.
“Você vai ter seu fluxo [financeiro de todos os bancos] consolidado em um instrumento só. Então hoje a gente paga o cartão de crédito, e tem aquele ‘dois de três [parcelas], cinco de oito’, e você não sabe mais quanto que você deve. Você vai apertar um botão [no agregador financeiro] e vai ter lá todo o seu fluxo de caixa, como as empresas fazem hoje. Isso vai estar disponível para as pessoas físicas”, explicou Campos Neto.
Foto: Reprodução/Banco Central
O agregador financeiro é mais uma etapa do “open banking”, uma plataforma desenvolvida pelos participantes do sistema que permite aos clientes o compartilhamento dos dados bancários e históricos de transação com bancos e fintechs (pequenas empresas de tecnologia em serviços financeiros). O objetivo é aumentar a concorrência entre os bancos e melhorar as ofertas aos consumidores.
“A cada dia que passa, os apps agregam mais informações e produtos e serviços. Dele e de terceiros. O ‘open finance’ turbina esse processo em prol do consumidor. Se o consumidor tem duas, três contas em diferentes instituições financeiras, vai poder agregar todas as suas informações em um único local”, disse o diretor de Regulação do BC, Otavio Damaso, em junho.
De acordo com o BC, entre as funcionalidades dos “superaplicativos” estarão:
- Escolher de qual banco retirar recursos ao fazer um pagamento por meio do PIX;
- Se quiser pegar crédito, o aplicativo mostrará a taxa de juros que cada banco oferece para a operação;
- Conversão de moeda física para moeda digital, e vice-versa, entre o mesmo banco, ou diferentes instituições financeiras;
- Realização de investimentos, possibilitando uma maior competição sobre as taxas de retorno;
- Se tiver ações de empresas em um banco, outras instituições financeiras vão saber e poderão oferecer um custo de ‘custódia’ (manutenção) mais barato;
- Bancos vão começar a competir pelos serviços ofertados, como crédito, por exemplo, pois saberão as taxas que outros cobram. E será possível fazer a “portabilidade do crédito”;
- Unificar o fluxo financeiro de débitos e créditos em uma única ferramenta.
“Se quiser fazer crédito, vai aparecer a taxa de juros que cada banco para aquela operação. Vai poder competir online pela sua operação”, disse o presidente do BC.
No fim do ano passado, Campos Neto afirmou que, em sua visão de futuro, não é razoável esperar que as pessoas tenham que lidar com diferentes aplicativos para acessar informações e serviços de diferentes instituições financeiras.
O Banco Central informou que não há necessidade de regulação adicional para os agregadores financeiros, pois os regulamentos do open finance já possibilitam esse tipo de produto.
Com informações g1
Fonte: Portal Contábeis