Empresarial

Micro e pequenas empresas lideram pedidos de recuperação judicial

No mês passado, julho, as micro e pequenas empresas bateram número recorde de pedidos de recuperação judicial, apresentando 166 solicitações, 72,8% do total de 228 por companhias de todos os portes.

Um total de 879 microempresas e empresas de pequeno porte pediram tutela do Judiciário para renegociação de dívidas, ou seja, 25% maior do que os acumulados até julho de 2022. e 2023 somados e maior que o acumulado de 2016, quando houve o maior pico de pedidos já visto no Brasil.

Além disso, o setor de serviços também apresentou recorde no mês passado, superando o ano em que se realizavam as Olimpíadas no Rio de Janeiro. No acumulado, o cenário é ainda mais crítico. 516 empresas recorreram, contra 321 há oito anos, número 61% maior.

No cenário do comércio de indústria, houve um acumulado de 329 e 202 pedidos de recuperação até julho, respectivamente e, ainda no mesmo período, foram 52 e 41 solicitações.

Os números compartilhados com exclusividade pela Serasa Experian para o Valor Econômico, indicam que os pedidos de reestruturação judicial devem ultrapassar a marca histórica.

Com relação às situações de falência em julho, houve uma queda de 15,8% em relação ao mesmo período de 2023.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a tendência é que ainda neste ano bata um recorde “recorde olímpico” superando o patamar de 2016, “o auge da recessão”.

Para Rabi, o principal motivo da alta é o avançp da inadimplência no Brasil, tendo em vista que, hoje, 6,9 milhões de empresas estão nessa situação, conforme os dados da Serasa.

“Do ponto de vista macro, não estamos piores que em 2016, mas do ponto de vista da inadimplência, estamos”, afirma Rabi. 

Além disso, o motivo de as micro e pequenas empresas e o setor de serviços estarem liderando os pedidos de recuperação não é coincidência, uma vez que é nessa bolha que se concentra a atividade empresarial do Brasil.  

Na tentativa de melhorar o cenário das micro e pequenas empresas, o Fórum Nacional de Recuperação Empresarial e Falências (Fonaref) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dialoga com o Sebrae para esses empresários no momento da pré-insolvência.

“Tivemos um ano e meio de aumento na inadimplência para começar a sensibilizar as estatísticas de recuperação judicial. É um processo bem lento”, afirma Luiz Rabi.

Com informações do Valor Econômico

Fonte: Portal Contábeis