Em comemoração aos 30 anos do plano Real, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou e o Banco Central emitirá uma nova moeda comemorativa de R$ 1 para celebrar este marco histórico.
A moeda será válida e poderá circular normalmente na economia. A previsão é que já em agosto o BC tenha mais detalhes sobre a nova moeda e também anuncie uma data de lançamento – que até o momento não há previsão.
Essa não é a primeira vez que o Banco Central emite uma moeda comemorativa. Em 2019, também para celebrar o aniversário do plano Real, o BC emitiu a moeda comemorativa de R$ 1 com imagem do beija-flor alimentando seus filhotes no ninho, em alusão à gravura da cédula de um real lançada em 1994 e que hoje não é mais emitida.
Plano Real
No dia 1º de julho de 2024 a moeda que utilizamos hoje, o Real, completou 30 anos. Criado por uma medida provisória editada em 30 de junho de 1994, pelo então presidente Itamar Franco, o plano tinha como objetivo principal controlar a inflação, que corroía o salário dos trabalhadores.
A nova moeda do país entrou em circulação no dia seguinte, sob grande expectativa, mas muitos brasileiros, já acostumados a planos econômicos que não deram certo, estavam desconfiados da eficácia da medida.
A equipe que atuou na elaboração do plano implementou medidas prévias que seriam necessárias para o sucesso do Real, como a privatização de estatais, a desvinculação de receitas da União e o aumento de arrecadação.
O aumento generalizado dos preços de produtos e serviços corroía o poder de compra da moeda que vigia à época, o Cruzeiro Real. Os maiores prejudicados eram os trabalhadores que, quando recebiam o pagamento, tinham de gastá-lo rapidamente, para evitar a desvalorização do salário. Para se ter uma ideia, em junho de 1994, mês que antecedeu a criação do Real, o índice geral de preços ao consumidor amplo (IPCA) foi de 47,43%, segundo o IBGE.
A luta contra a inflação era antiga. Nos dez anos que antecederam o lançamento do Real, foram vários os planos econômicos que tinham como objetivo garantir a estabilidade dos preços. Um deles foi o Cruzado, anunciado em 1986, pelo ex-presidente José Sarney.
Na ocasião, o governo congelou os preços. O efeito foi imediato e, naquele ano, até novembro, os brasileiros viveram um período de inflação baixa. Acontece que, por causa do controle forçado dos preços, por meio do tabelamento, os empresários passaram a não ofertar produtos no mercado, cobrando uma espécie de ágio de quem estivesse disposto a pagar a mais pelos bens. Passados alguns meses, o governo foi obrigado a rever a sua estratégia e o plano naufragou.
Cientes de que controlar a inflação por meio do congelamento de preços era ineficaz, a equipe de economistas que atuou na elaboração do Plano Real promoveu a sua implementação em etapas, com medidas que, segundo eles, gerariam os resultados esperados.
Nesse sentido, o governo federal, previamente, cortou gastos públicos, elevou as receitas, seja pelo aumento de impostos ou pela desvinculação de parte das transferências da União constitucionalmente previstas, e iniciou a privatização de estatais.
Diferentemente do Cruzado, que havia sido criado antes da Constituição de 1988, por meio de um decreto-lei, o Real foi instituído por medida provisória, o que exigiu a sua votação pelo Congresso Nacional. Isso aconteceu em 1995.
O então senador Fernando Henrique Cardoso era o ministro da Fazenda à época da criação do Real. Depois do sucesso inicial do plano, ele foi eleito presidente da República.
Depois da criação do Plano Real, a inflação no país está relativamente controlada. Poucas vezes, depois de 1996 o índice ultrapassou a casa dos 10 por cento ao ano. Para se ter uma ideia, de junho de 2023 a maio de 2024, o IPCA ficou em 3,93%, segundo o IBGE.
Com informações adaptadas Agência Rádio Senado
Fonte: Portal Contábeis