O mercado de trabalho brasileiro apresentou uma surpresa positiva ao registrar a abertura líquida de 201.705 vagas com carteira assinada em junho, conforme divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta terça-feira (30).
O número superou as expectativas dos economistas, que esperavam cerca de 160 mil vagas.
Este resultado não apenas alinha-se com as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superiores a 2% para este ano, mas também acende preocupações sobre o impacto da robustez do mercado de trabalho na desinflação da economia brasileira.
Desempenho por setor
Todos os cinco setores da economia apresentaram criação líquida de novos postos de trabalho em junho.
O setor de serviços liderou, com a geração de 87.708 vagas. A agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura abriram 27.129 vagas, enquanto a indústria geral criou 32.023 novos postos.
A construção gerou 21.449 novas vagas, e o comércio, incluindo reparação de veículos automotores e motocicletas, adicionou 33.412 vagas ao mercado.
Desafios regionais e salários
O Rio Grande do Sul foi o único estado a registrar uma redução líquida de 8.659 postos de trabalho em junho, com um saldo negativo de 30.749 vagas no segundo trimestre, ainda impactado pela tragédia climática.
Em termos de salários, o valor médio de admissão foi de R$ 2.132,82 em junho, uma leve queda em relação a maio (R$ 2.137,97). O salário médio de demissão, por outro lado, aumentou para R$ 2.236,86 em junho, em comparação com R$ 2.211,48 no mês anterior.
Com esses dados, o mercado de trabalho brasileiro continua a mostrar sinais de robustez, mas os economistas permanecem atentos aos possíveis impactos na inflação e nas políticas econômicas futuras.
Fonte: Portal Contábeis